PERMANECENDO FIEL A MÚSICA NA EDUCAÇÃO MUSICAL.
Permanecendo Fiel à Música na educação musical, é um texto de Keith Swanwick do instituto de Educação da Universidade de Londres, traduzido por Diana Santiago (UFBa), o mesmo está apresentado em três partes: A primeira mostra o Valor e propósito na Educação musical, no segundo momento, apresenta o professor de música como caixa postal, e no terceiro momento, apresenta o professor de música como jardineiro e agente cultural. Este texto quer ajudar o aluno a se inteirar e ter uma compreensão exata do que significa ser um professor de música observando os critérios básicos para ministrar bem tal disciplina.
Na primeira parte o texto quer mostrar o valor da educação musical, onde mesmo que o aluno às vezes acha que é banal, quando tem um professor que consegue fazer um trabalho envolvente e estruturado, os resultados são sempre positivos, fala também o texto que a música é algo que está em todas as culturas e por isso torna-se fácil de trabalhá-la. Termina esta parte com um questionamento a respeito da utilidade da música na escola, sendo que a mesma está em toda parte, isso não seria um ato obrigatório diante do currículo escolar? Segundo Keith, para que isso não aconteça, o professor deve entender o que está fazendo ser objetivo e apresentar as atividades de maneira envolvente e atraente de acordo com o que cada aluno traz em seu eu subjetivo em relação ao estilo e proposta musical.
Keith, apresenta também “o professor de música como caixa postal”. Entre as diversas maneiras de ensinar, a mais comum é aquela em que o professor de música age como alguém que escuta acolhe, retém, ou seja, a escola e o professor filtra tudo o que o aluno irá aprender com o objetivo de que o aluno possa ter conhecimento de tudo aquilo que em música é consagrado como o melhor através da habilidade, leitura e prática musical de algum instrumento. Fala também que as crianças devem ser motivadas a estudarem algum instrumento e conhecer alguns compositores e suas composições.
É preciso discernimento e consenso em relação ao que ensinar, pequenos desacordos em relação ao repertório, como e o que se deve ensinar torna-se plausível, por isso deve ensinar sempre o que for melhor. A música é muito visada e testada e as vezes se torna um peso. Kodaly dá ênfase à habilidade musical através da leitura a primeira vista. O professor de música deve filtrar todo o conteúdo para que o aluno não aprendanada nada de inconveniente.
O professor de música é comparado como “jardineiro”. No século XVIII, Rouseau lançou a idéia da educação “concentrada na criança”, onde se torna tudo mais simples e longe das antigas tradições curriculares. Ressalta ainda que devido à simplicidade da criança tudo se torna mais fácil. “Pestalozzi e Froebel retomaram esses ideais. Neste século, os professores de arte e drama desenvolveram idéias semelhantes e, eventualmente, a música encontrou seu primeiro educador progressivo, Carl Orff.” Suas idéias, são expressas através de vozes, instrumentos e improvisação realizada por todos os alunos desde o início das aulas de acordo com a contribuição de cada um, tendo como objetivo principal o desenvolvimento das habilidades e da imaginação musical.
Usando a escala pentatônica e observando as tradições folclóricas do Oriente e do Ocidente é que foi criado o material desenvolvido por Orff. Depois de certo tempo falava-se que a música estaria dando lugar às outras artes.
A partir de 1970 a “criatividade” ganha espaço, o protagonismo da criança utilizando vários instrumentos, sons naturais, eletrônicos e computadorizados é que vai dar o norte das aulas, porém com cautela para que não se sintam como professores...
A autora fala de duas vertentes que não são iguais: a “auto-expressão”, que era falado e não bem aceito e a compreensão musical, essas duas maneiras são bastante abrangentes pelo fato de dar assas por assim dizer às crianças o sentido da liberdade de expressão, e por outro lado podemos destacar o valor do conhecimento onde poderia dizer que o músico precisa de trabalhar dentro desses dois princípios, ouvindo executando, apreciando e improvisando.
Assim muda o paradigma, o aluno participa criando, onde o professor aprende também com o aluno e estes em grupos ou até individualmente podem propor um assunto, repertório que deve ser trabalhado.
Veja o que diz a Keith Swanwick: “A função do professor é a de estimular, questionar e aconselhar, ao invés de mostrar e dizer”.
O professor de música é visto também como agente cultural, numa sala de aula ele tem contato com vários alunos que trazem consigo diversas culturas musicais apreendida através do rádio, TV, filmes. Diante dessa imensa gama e tradição cultural que é peculiar em nossa cultura, às vezes torna-se difícil conduzir e harmonizar tudo isso, mas diante da criatividade e aproveitando os dons e talentos individuais, o professor poderá conseguir de verdade, ser um grande agente que irá direcionar para a criação de uma música totalmente diferenciada, e assim realmente afirmamos que a música é um verdadeiro fenômeno social desenvolvido com ou sem o apoio da família, mas sempre com a ajuda de um bom professor.
A Keith Swanwick foi muito feliz neste artigo, onde nos trás informações e orientações importantes para aquele e aquela que quer ser um bom educador musical.
Esse texto é muito bom e deve ser lido e recomendado aos professores e todos que almejam a licenciatura em música.
MJCéar
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